Depois do overtraining, o brasileiro Belino Coelho, diretor técnico da Elite Assessoria Esportiva, do Brasil, responsável pelo treino e orientação de mais de 150 atletas, inclusive no estrangeiro, aborda a «Supercompensação», que tem como objetivo favorecer o aumento da condição física e possibilitar o incremento de estímulos ainda maiores aos nossos treinos com o intuito de obtermos melhorias significativas no nosso rendimento.
Dentro do treinamento, a supercompensação seria o mesmo que dizer: «A sua condição evoluiu para melhor.»
Porém, para que isto ocorra de forma eficiente, é necessário conhecer o seguinte:
Com o conhecimento apurado destes três itens, para que a supercompensação ocorra, será necessário “quebrar” o estado de homeostase (equilíbrio) que o nosso corpo se encontra, aplicando-se, então, o estímulo correto.
Dessa forma, o corpo sofrerá um grande desequilíbrio: no campo estrutural, por exemplo, microlesões nos músculos e órgãos, além da perda de tecido ósseo e muscular; no campo fisiológico, a redução dos estoques de glicogênio muscular (importante para o funcionamento do ciclo de Krebs – ciclo gerador de energia), o aumento da pressão e do volume sanguíneo nas artérias e veias, a diminuição da quantidade de minerais, a diminuição do volume sanguíneo e o aumento de alguns hormônios, como por exemplo o cortisol, que atua de forma catabólica, ou seja, ajuda na produção de energia através da metabolização de tecido ósseo ou massa muscular.
Com esse desequilíbrio é importante no entanto dar o tempo necessário para que a recuperação seja completa e eficiente. Lembre-se que o organismo precisa recompor os músculos e órgãos que foram lesados, além de repor os estoques de glicogênio muscular e normalizar as quantidades de minerais, volume sanguíneo e hormônios. Nesse período de recuperação, a alimentação e a hidratação serão suas grandes aliadas.
Partindo do pressuposto que tudo foi seguido como manda o figurino, a supercompensação acontecerá da seguinte forma:
Como podemos notar, a supercompensação aumenta a nossa capacidade de suportar estímulos ainda maiores à medida em que ele é treinado. É por isso que, com o passar do tempo, os estímulos precisam ser revistos para que a sua condição possa novamente evoluir e transformar-se em recordes pessoais ou representar a conquista de um objetivo, como por exemplo correr uma maratona.
Em contrapartida, se houver falhas no mecanismo de supercompensação, o resultado final poderá ser o inverso do esperado, podendo resultar em overtraning, conforme dito no artigo anterior.
Abaixo deixo um gráfico que tem como objetivo explicar resumidamente o mecanismo de supercompensação:
* – Além das artérias e veias, os capilares são caminhos alternativos que o organismo desenvolve para que o oxigênio e os nutrientes cheguem o mais rápido ao músculo necessitado ou simplesmente cheguem até ele. Os capilares geralmente surgem em idosos em função do desgaste provocado pelo tempo nas artérias e veias. Dessa forma, se houver falha em um desses dois caminhos, o músculo será nutrido através desses capilares (isso explica também o fato de que o infarto tem muito mais chance de ser fulminante em jovens do que em idosos). Já o atleta desenvolve esses capilares em função da solicitação exigida pelo treinamento.
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