Como correr uma maratona é hoje um dos grandes desafios da maioria dos atletas, resolvi escrever sobre os aspectos que seriam importantes serem observados e levados em consideração na elaboração do planejamento de treino. Ao mesmo tempo, vou procurar neste e nos próximos artigos mostrar um pouco de como foi o meu trabalho com um maratonista brasileiro, que teve como melhor resultado na carreira 2h16m39, aos 33 anos.
O fato de correr e terminar os 42,195 km não é um desafio para qualquer um e ganhar é um privilégio de poucos. As dificuldades de uma Maratona já começam pelo treinamento, exigindo do atleta disciplina, disposição, paciência e muita força de vontade. Treinar para uma Maratona pode ser assim muito mais difícil do que a “simples” tarefa de completá-la.
O treino para a Maratona é bastante duro, pois é exigido um volume maior de treinamento aeróbio, uma vez que este é o sistema gerador de energia que tem a gordura como o seu principal substrato energético.
No entanto, não deve haver uma diferenciação profunda entre o treino dirigido para uma Maratona e aqueles voltados para distâncias menores. A rigor, a diferença é mais quantitativa, concretamente no balanceamento de um maior percentual de trabalho aeróbio (volume de treino) em contrapartida com uma menor parcela de trabalho anaeróbio. Todavia, atualmente, tem-se dado muita importância a este tipo de trabalho, visto que os vencedores das provas nos nossos dias estão cada vez mais rápidos. Ou seja, é importante promover a participação do atleta em provas de 5 e 10 km, principalmente para estimular a velocidade.
Hoje podemos verificar que os tempos para a Maratona estão a cair muito devido a novas descobertas na área do desporto, a novos métodos de treinamento, a novas tecnologias e, o mais importante, ao planejamento, não só da carreira de treino, mas também o planejamento elaborado para cada objetivo proposto.
CARACTERÍSTICAS DE UM MARATONISTA
Há bem pouco tempo, a maioria dos maratonistas apresentavam uma idade mais avançada, muito devido a questão da velocidade, que, com o avançar dos anos, diminui gradualmente, mas também devido ao aumento da resistência orgânica e da experiência. A verdade é que as provas de longa distância tornavam-se mais viáveis para esses atletas, que, no geral, apresentavam um baixo peso corporal associado à um índice percentual muito pequeno de gordura (varia aproximadamente entre 4,5% a 6%).
Porém, a idade média do maratonista caiu bastante nos nossos dias e é possível ver hoje atletas de 18 anos correndo uma Maratona, o que pode explicar por exemplo a queda dos tempos na prova em termos gerais, até em função do potencial de velocidade que esses jovens corredores possuem.
Os maratonistas apresentam-se com uma excelente condição aeróbia expressos nos altos valores de Vo2max. Em contrapartida, os seus valores limiares (velocidade em que eles conseguem correr sem acumular acido láctico nos músculos) são baixos se comparados com corredores de distâncias menores. A coordenação motora é também impecável e, somada às características citadas anteriormente, além da não utilização de grandes níveis de força, fazem destes maratonistas atletas altamente econômicos no que se refere ao gasto energético durante uma Maratona.
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